Os literatos-filósofos e a expressão filosófica brasileira
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Literato-filósofo. Machado de Assis. Matriz Colonial.Abstract
Nosso propósito é utilizar a figura do literato-filósofo cunhada por Margutti para a compreensão do específico da filosofia brasileira, cujo caso-exemplo tomado por nós no presente artigo é Machado de Assis. Para tanto, o trabalho será dividido em três momentos. No primeiro faremos a apresentação de outras formas de expressão filosófica que não a forma tradicional de sistema, estabelecendo assim uma primeira relação entre filosofia e literatura. O segundo consiste na caracterização geral da filosofia brasileira tendo por premissa a apresentação contida no momento inicial. Destacamos três elementos que serão apresentados para caracterizar a filosofia brasileira: o procedimento do caminho inverso, a dependência das características culturais dos povos ibéricos e o uso do paralelo. A partir desses elementos será possível introduzir na discussão a figura do literato-filósofo. Finalizamos então com a discussão se existe ou não uma filosofia em Machado de Assis, consoante com o exposto nas etapas anteriores. Para tanto, sintetizamos duas leituras de Machado como um autor em que não há uma densidade propriamente filosófica, a de Benedito Nunes e a de Miguel Reale, para em seguida contrapormos duas leituras opostas, em que o veio filosófico do Bruxo do Cosme Velho corre mais vigoroso: as de Maia Neto e Margutti.
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